Por André Louro de Almeida
1ª. Parte:
A “sacralidade”, não que isso seja um
objetivo no princípio – a “sacralidade” – mas porque sacralidade é elevação. É
o único meio de chegarmos à “união”. De fato, a sacralidade – o santo – o
sagrado, é algo que só tem sentido para a oposição ao profano, para a oposição
do mundo, para a oposição à ascendência que o Ser faz à vida externa. Mas, a
sacralidade em si, ela não é o motivo que nos move, ela não é exatamente a
nossa casa. Ela é uma estalagem ao longo do caminho. E, existem estalagens que,
por conter de tal forma concentrados alguns aspectos essenciais da meta, podem
parecer a meta…E, a sacralidade, o estado de santidade é um desses…é uma dessas
estalagens…
A medida que o
Ser se vai despindo das suas identificações externas; e, a medida que ele vai
direcionando corretamente a sua identidade para o Divino, essa prioridade vai
se instalando – “Vida Santa” vai se instalando. E, a prova é que consiste
justamente em não conter o erro à estalagem. É não conter o erro de ficar ali
na vida santa; mas, perceber que a vida santa, é um meio de transporte para a
união. De fato, com todo nosso conhecimento, com toda nossa boa vontade, com
toda a nossa capacidade de serviço – caso ela tenha sido instalada – com toda
nossa experiência, com todo esse salto ou “afair” espiritual, que nós
adquirimos nos últimos 100 anos, (eu digo 100 anos porque esse é um trabalho
que tem sido feito por milênios, mas nos últimos 100 anos a coisa tornou-se
consciente) – com todo este…com todo este aparato, a única qualidade que nos
colocará à frente a união; e, que é a qualidade que substancia a união, que
transfigura um Ser desintegrado num Ser integrado – a única qualidade é o AMOR. Não existe
nenhuma outra qualidade que traspasse o homem, que atravesse o homem, que vá
produzir a síntese final. O amor é a gota. É a faísca Divina, que nos
transforma no próprio Pai – a partir do qual, nada mais há de se acrescentar,
nada mais há a dizer.. É, justamente por isso, que o amor é a maior Lei. Ela é
a maior do universo. Todo o universo foi fundado, todo o universo foi erguido,
todo o universo foi estruturado em função dessa lei; em função de exprimir esse
objetivo. Porque o amor, realmente ele é o “ômega” de todo o processo, ele é o
final de todo o processo. De todas as qualidades que traspassam o homem, de
todas as qualidades que o Ser…isto não diz respeito ao homem… isto diz respeito
ao homem, diz respeito às mônadas, diz respeito ao Avatar, diz respeito aos
mentores siderais, às consciências “quadrantes”, diz respeito aos seres
galácticos… A única qualidade que o Pai nos pede, a única coisa em relação a
qual, o Pai nos pede, a única coisa que o Pai está interessado em nós, é a
capacidade de O amarmos. Porque, antes que este amor seja vertido para o meio
ambiente, antes que este amor seja vertido para os outros, ele primeiro deve
ser o “amar-se a si mesmo”, porque a lei diz: -“Amai-vos uns aos outros como a
vós mesmos”. Enquanto eu não me amar a mim mesmo, eu não vou poder amar os
outros. O fundamento da lei, não é “amai os outros”- o fundamento da lei é:
“Amai- vos a vós mesmos” ; depois, amai os outros com essa medida, com essa
qualidade, com essa convenção. Mas, como é que esse Ser, como é que um ser
separado se pode amar a si mesmo? É impossível! Ele pode criar uma série de
ficções, ele pode criar uma série de lendas a cerca de si próprio; mas, “amar”
no sentido da compreensão da raiz cósmica – ele vai ter que transfigurar esse
movimento de união, não de si para si, no sentido do ego separado, mas de si
para a transcendência, de si para o Pai. É aqui que surge o amor. E esse é o
único amor que nos deve mover. É é o único amor que o Pai quer ver em nós. Não
tem outro amor.
A única coisa
que o Pai nos pede, é que O amemos. Essencialmente, o que o Pai pretende do Ser
criado, é que ele manifeste o amor ao Criador; é que ele manifeste esse
vórtice, essa vontade, essa aspiração para a união e essa anti-visão no seu
próprio núcleo – no âmago do Ser criado – essa anti-visão do que é a união com
o Pai. O Pai não pretende que nós O possamos compreender. O Pai não está
interessado em nossa apreciação Cosmo-cógnica; na nossa apreciação da gênese do
universo; na nossa apreciação da arquitetura cósmica. O Pai não está interessado
na nossa qualidade como “ocultistas”, como “cirurgiões do processo cósmico”. O
Pai não está interessado na nossa capacidade de interagir, de compreender o
universo. O Pai não está interessado na nossa capacidade de organizar a vida,
de organizar a nossa relação com o meio. O Pai não está interessado se quer no
nosso serviço. Ele não está minimamente interessado no nosso serviço, porque o
serviço é uma coisa que é útil ao plano; mas, nós aqui não estamos a falar do
plano – estamos a falar do Pai.
Todas essas
qualidades – entra a ação, a luz oculta, a capacidade de distinguir os
fenômenos ocultos, a vontade para servir ao plano, a capacidade de servir ao
plano; – todas essas qualidades, são qualidades que dizem respeito ao percurso
do Ser; dizem respeito ao movimento do Ser em direção à Divindade, e, dizem
respeito ao serviço que o Ser faz ao longo do seu percurso. Mas o objetivo não
é servir, o objetivo do Ser criado e aquilo que o Pai pretende que o Ser criado
emane, não é um serviço, não é a consciência de serviço, nunca foi…
A consciência
de serviço é uma distração ao longo desses teus processos. É uma utilidade ao
longo desses processos… se quiserem é um “pragmatismo” – é uma forma direta de
compreender a vontade de Deus e de colaborar com Ele. – Tudo isso é útil ao
longo do processo, no processo, pelo processo. Agora, a única qualidade, o
único estado de Ser, que não tem haver com o processo, mas que é a própria
essência da divindade manifestando-se em nós, é o AMOR – essa é a única
qualidade que o Pai pretende ver desenvolvida em nós, que o Pai pretende ver
instalada em nós. Mas, é o amor a Ele – é a capacidade de amarmos a Ele. E é
aqui que surgem as situações: – “No meio de tudo isso, no meio de toda esta
caminhada, nós estamos amando o Pai; nós estamos com o amor, reduzindo a zero,
a distância que nos separa Dele. Porque o amor reduz a zero a distância que nos
separa do Pai. O amor é o momento final; é o momento mais alto. É o momento de
coroação; de todo e qualquer processo cósmico”.
Quando uma
entidade “meta-galática”, ou seja quando uma entidade que supervisiona as
galáxias termina a sustentação de um avatara, termina um…
Quando as suas
mãos – digamos – deixam de sustentar todo um quadrante cósmico que compreende
várias galáxias; e, a essência daquele “quadrante cósmico” é sintetizado no
centro cardíaco dessa entidade meta-galática, esta entidade está por um fio
distanciado do Pai. Do nosso ponto de vista não há distância nenhuma; mas, do
ponto de vista dessa grande entidade, ela tem o seu percurso por percorrer. Ela
recolhe no seu lençol de inteligência logoica, ela recolhe todas aquelas
estrelas, todos aqueles mundos, quando eles estão prontos para serem novamente
absorvidos no seu alento. E, quando ela fez essa absorção, quando aquilo que os
hindus chamam “NOITE DE BRAHMA” está completa, esta Entidade meta-galática
eleva-se.
Não é a
inteligência logóica que produz elevação; não é a unipresença, a unisciência
dessa Entidade que produz a elevação. Esta entidade funde-se no Pai, exatamente
como uma colher de água quando é derramada no oceano. Esta entidade funde-se no
Pai, pelo puro amor… pelo puro amor. A essência desse amor que dirige um
diretor galático para cima, não é diferente do nosso simples e cotidiano amor a
Deus. Existem diferentes potências: – é diferente em grau, em potência… é
diferente no ângulo de incidência, é diferente na forma que esse amor, ao mesmo
tempo que se dirige para o Pai, ele vivifica um universo de essências – que são
as essências que compõem um diretor galático, uma entidade meta-galática.
Existem essas diferenças em potência. Mas, a essência, hah…a essência, meus
irmãos, é rigorosamente o nosso amor cotidiano ao Pai. É bom que fique
presente, é importante que fique presente; que, quando nós olhamos aquela
planta, que nos atrai…e, quando nós somos convidados pelo Ser Interno a fazer
aquela mudança de consciência e ver que de fato nós não estamos à procura da
planta; aquilo que nos atrai, não é a planta, mas a forma com que o Pai fala
através da planta. A forma como aquela planta é uma palavra no discurso do Pai;
é uma palavra no imenso discurso do Pai, no discurso cósmico… Quando nós
percebemos o que estamos ali a fazer, quando olhamos para aquela planta ou para
aquela flor; quando há acima da gratidão pela beleza da flor, acima da
elegância mental, da elegância intelectual; quando percebemos que aquela flor é
um ser lógico, é um ser inteligente, é um ser que manifesta uma organização…e,
acima da elegância interna mais abstrata…que nós percebemos que aquela planta
manifesta simetria, manifesta um equilíbrio de cores, manifesta uma verdade,
mesmo no plano formal, no plano físico ela manifesta uma verdade… acima disso
tudo, está o Amor; está a capacidade de nós nos unirmos àquele Ser…Mas depois
nós percebemos porque há aquele “clic” na consciência. Nós percebemos que não é
aquele ser, é através daquele ser ao Pai. Esse amor que nos parece uma coisa
entre os mundos intermédios, parece-nos uma coisa assim, cotidiana; esse amor
em essência, é o mesmo amor que anima uma Entidade meta-galática e que faz com
que esse imenso rosto – que é uma entidade desse tipo – faz com que esse imenso
rosto, essa imensa face do Pai, se recolha no seio do Pai…É sempre o AMOR. É aí
que fica no ar a pergunta: – “Nós estamos amando o Pai?” – “Nós estamos
realmente comprometidos com essa união?” – “Nós estamos realmente caminhando
por essa união? Pelo motivo dessa união?”… O Pai não está interessado
minimamente no nosso serviço. Ele não está interessado que o Ser transceda o
ego. Ele não está interessado que o Ser elabore uma arquitetura do processo
cósmico. O Pai simplesmente procura que o filho, que a criatura, O ame! Nada é
quando nós dizemos “procura”… o Pai – a síntese cósmica – não tem características psicológicas. Ele é vazio de qualidades, Ele é vazio de
características. Contudo aquela característica em nós, aquela qualidade em nós,
que mais rapidamente, mais diretamente, nos coloca no âmago do Pai, e, que não
diz respeito ao processo cósmico, portanto, não diz respeito aos obstáculos,
não diz respeito aos planos, não diz respeito à interação com a matéria, com as
substâncias… a única qualidade é AMA-LO. Ao mesmo tempo que o Pai te atrai para
Ele, tu podes atrair o Pai para ti através do AMOR.
Quando teu amor
por Deus se torna irresistível, quando ele se torna um “SOL” dentro de ti,
quando ele se torna a tua verdade fundamental, quando o amor por Deus se torna a pedra angular de
todo o teu processo, nesse momento, és um Ser poderoso! E uma das coisas que tu
estás a fazer é atrair o Pai para ti. Não atrair o Pai para ti por um processo
de sedução espiritual, não atrair o Pai para ti por um processo de ampliação de
estímulos dos teus poderes ocultos, não atrair o Pai para ti porque tu
pretendes criar qualquer coisa – isso são outras energias… Quando tu te
transfiguras em amor pelo Pai, quando tu percebes que, em essência, tu és
apenas uma unidade de amor pelo Pai; tu és um envelope de transporte dessa
qualidade…quando tu percebes que é só isso; só isso, nesse momento estás
irresistivelmente a atrair o Pai para ti. E Ele responde a esse chamado. Esse,
é o único chamado ao qual o Pai não pode resistir. É o chamado do amor por Ele.
A esse Ele não resiste!…Mas é o amor por Ele. Não é o amor à nenhuma outra
coisa Nele. Não é o amor à nenhuma característica da criação. Não é o amor a
nenhum supra-plano. Não é o amor à nenhuma mega-entidade; é o amor por Ele. É o
amor a Ele diretamente.
O teu raio de
amor, que é protegido pelo raio da verdade, pelo raio da vontade…o teu raio de
amor, deve ser dirigido ao núcleo da “Estrela Divina”; deve ser dirigido ao
âmago do “oceano”. Tu deves lançar o teu amor como quem lança uma sonda, dentro
desse oceano infinito. Pode estar certo, que por mais amor que tu envies, por
mais amor que tu estejas exprimindo como mônada, por mais amor que o teu Ser
esteja processando como combustão; isto é uma ínfima sonda, é um ínfimo
submarino que vai fazer uma tênue viagem no oceano cósmico. É um pequenino
submarino de vida, que tu permitiste que entrasse ali no oceano cósmico. Mas só
o Amor vai produzir a entrada. Só o amor passa pela fronteira. Existe uma
alfândega entre o incriado e o criado,
entre o imanifestado e o manifestado, entre o eterno e o atemporal. E
essa alfândega… ela é relativamente sensível a todas as qualidades que um Ser
possa manifestar. Mas ela é hiper sensível ao Amor. Ela reage, é uma membrana
vibrátil – e ela reage imediatamente na presença do amor – e atrai. Porque, aquilo
que é do amor, é do Pai, aquilo que vem do amor, vem do Pai e vai para o Pai.
Aquilo que é amor pertence ao Pai e o Pai vai buscar, mais cedo ou mais tarde.
Mais cedo ou mais tarde, o Pai envia um dardo que recolhe aquela unidade de
amor…
Quando alguém
tenta manifestar o 2º Raio na horizontal, quando alguém tenta e procura
manifestar qualquer energia de Raio, ele precisa ter muito cuidado, porque,
provavelmente é o mental superior que está a lidar com a energia; e então está
a haver uma distorção. Se há alguma coisa que não pode ser evitada, se há
alguma coisa que não pode ser ensinada, são as energias de Raio.
A forma mais
eficaz de perceber se, verdadeiramente uma energia de Raio está agindo, é
através da eficácia da ação. Se estás sentindo, não importa como, que
manifesta, naquele momento, uma energia de Raio, mas a ação não é eficaz, não
estás a manifestar uma energia de Raio; estás a manifestar um reflexo de uma
energia de Raio, num dos teus veículos; mas não estás diretamente a manifestar
a energia de Raio. Quando a energia de Raio se manifesta, ela é extremamente
eficaz – qualquer Raio – porque se não fosse eficaz não há energia – se é
energia, é eficaz.
A compreensão
do 2º Raio, a compreensão da qualidade que o 2º
Raio trás, não é a de amarmos a criação, não é a que nos amamos uns aos
outros, não é a de amar a elegância da criação, a qualidade da criação. Isso
irá produzir “sub-aspecto” do 2º Raio. O 2º Raio no homem, é o amor ao Pai. No
homem, o 2º Raio é esta irresistível cumplicidade, entre o Ser e o Pai. É esta
indestrutível união.
Existe uma
outra palavra para “amor”, que é a palavra ALIANÇA. Ela foi usada no velho
testamento e no novo testamento. Existe a antiga aliança e a nova aliança. Tanto
no velho como no novo testamento – ALIANÇA – nesse caso, é o amor do Pai
dirigido ao homem. É o amor do Pai, dirigido ao Ser que se eleva.
Fonte: Engenharia da Ascensão
Nenhum comentário:
Postar um comentário